OS QUE ESPERAM TAMBÉM FAZEM OBRA IMPORTANTE (Salmo68, 13)
Fogem os reis, fogem os exércitos, até as mulheres repartem os despojos.
Apaixonante é estar no campo de batalhas e ver as vitórias conquistadas todos os dias. Ver os exércitos inimigos fugindo diante do teu avanço, conquistando em meu nome as fortalezas, uma a uma, o que é uma experiência inesquecível neste mundo e no mundo futuro.
Mas, o que acontece com quem fica de guarda em casa? O que acontece com as esposas, as mães e as crianças que aguardam no lar, que escutam o tumulto dos combates e que sabem, apesar do anúncio das vitórias, que houve mortos, heróis que sacrificaram a sua vida para ganhar e homens que, amanhã, perderão suas vidas no combate? Os que ficaram em casa espiam, o coração apertado de inquietação, os passos e o retorno dos soldados, de seus bem-amados. Alguns esperam em vão.
E quando o combate terminou, que os vencedores desfilam pelas ruas da cidade, ao som da fanfarra, entre as bandeiras esvoaçantes, que se fazem os discursos de felicitações, a entrega das medalhas de honra ao mérito, como fica quem permaneceu em casa? Por conta própria? Tuas longas jornadas na expectativa, tuas noites em claro foram esquecidas? Os sacrificios aceitos, o trabalho extra e a responsabilidade acrescida foram inúteis? A cadeira que fica vazia diante da mesa, o travesseiro deserdado ao teu lado, tudo isso fica sem importância? Todos esses sacrificios ficarão sem recompensa?
Talvez eles não sejam reconhecidos aqui embaixo, mas jamais serão ignorados no céu. Aqueles que esperam receberão grandes recompensas, pois a espera muitas vezes é ainda mais valiosa.
Eu publiquei um decreto, meu filho, para ti que ficas nos bastidores enquanto meus escolhidos se debatem nos campos com seus inimigos; esta lei imutável se exprime nessas palavras: "A parte dos que foram à batalha é igual à parte dos que ficaram com as bagagens. Dividi em partes iguais". (1 Samuel 30,24).
Assim, se não podes te mexer mas fizeste sacrificios para mandar alguém ao combate, receberás uma grande recompensa. Portanto, nada de desânimo. Os louvores dos homens não contam. Apenas contam as recompensas eternas que te estão reservadas nos céus. (pag. 167)
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